segunda-feira, 22 de março de 2010

Eu desisto, já não me entendo. E vão três.



O sótão

És fumo, névoa
Vapor, quimera.

Incógnita e incorpórea,
Deambulas etérea.

És imaginação, obviamente
Miragem, latente.

Passeias no meu pensamento
És minha dona a qualquer momento.

Qual mensagem subliminar
Apoderas-te sem eu notar.

Cravas tua marca em mim
Como se o direito fosse teu.
Idiossincrática assim
Como resistiria eu?

Perante ti,
Indefeso de lés a lés.
E as muralhas que construí
Caem, invariavelmente, a teus pés.

Para quê fugir?
Tarefa fútil, inglória.
E repete-se novamente a história
Voltaremos sempre a sucumbir.

Sísifo, o próprio, diria:
«É só mais um dia, é só mais um dia»




Tito Xavier da Costa





A. Tendência. Mantém-se.

2 comentários:

  1. Está muito bonito, transparece tanto o não resistir, a mágoa...
    Mas é bom de vez em quando sucumbir :)

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  2. Não sabia que escrevias, vi o link no teu facebook. Gostei muito deste texto, está mesmo bonito :)

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