segunda-feira, 22 de março de 2010

Eu desisto, já não me entendo. E vão três.



O sótão

És fumo, névoa
Vapor, quimera.

Incógnita e incorpórea,
Deambulas etérea.

És imaginação, obviamente
Miragem, latente.

Passeias no meu pensamento
És minha dona a qualquer momento.

Qual mensagem subliminar
Apoderas-te sem eu notar.

Cravas tua marca em mim
Como se o direito fosse teu.
Idiossincrática assim
Como resistiria eu?

Perante ti,
Indefeso de lés a lés.
E as muralhas que construí
Caem, invariavelmente, a teus pés.

Para quê fugir?
Tarefa fútil, inglória.
E repete-se novamente a história
Voltaremos sempre a sucumbir.

Sísifo, o próprio, diria:
«É só mais um dia, é só mais um dia»




Tito Xavier da Costa





A. Tendência. Mantém-se.

terça-feira, 9 de março de 2010

Again?

Bem, há dias assim, em que nos surpreendemos a nós próprios em proporções épicas!

Pois não é que eu, biltre e trafulha personagem, novamente deixei que o verso invadisse?!

Pensei que que era um daqueles fenómenos esporádicos, muito raros... Provavelmente, até, algo com uma qualidade de «one time around affair»... Enganei-me.



E hoje, não me apetece dizer mais.

Aqui fica:









Ordem




Corta-me dessa forma só tua.
Rasga em mim com a mestria de quem ama!
Centra na minha pessoa tua raiva, e depois amua,
Faz sentir que alguém me chama.


Ferve-me ao expoente da loucura,
Sublima minha sanidade.
Dança no vapor, inspira-o com ternura,
Cai, chora e berra, adivinha-se a saudade...


Cria-me novo, e destrói-me
Nessa tua alquimia, sadicamente apaixonada
Dá-me asas! Quero voar! Ensina-me!
Quebra-as, deixa-me sem nada.


Dilui-me no solvente que és,
Centrifuga-me até à exaustão.
E então, descansa.
E trasnpira o nosso «amor-destruição»...





Tito Xavier da Costa











A tendência mantém-se, não há citações.

Amanha, talvez.