segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Sound of silence"

As voltas que a vida dá, e como o impensável passa a indispensável!
Não me alongo. A paciência, se vossa é pouca, a minha é inexistente.
Ainda bem que há refúgios....



Ânsia

Um dia abro-te a porta,
Mostro-te o caos e a entropia.
Deixo cair a máscara de natureza-morta
E serei verdadeiro. Quero esse dia!

Anseio por esse momento,
Pródigo, porém distante...
Longe, não (apenas) no tempo,
Mas na imaginação, errante.

Confio, coisa rara, contudo
Que chegará, inaudito.
Filho de choro e grito,
Doloroso, não me iludo...

Quando chegar, voarei
Chorarei lembranças e estórias,
Passados e futuros contemplarei.
Provarei a matéria-prima das memórias.

Anseio sofregamente
Esse tudo ou nada.
A queda do indiferente
A verdadeira catarse consagrada.


Nesse dia, calar-te-ei um segredo ao ouvido.
Silêncio, por favor...


Tito Xavier da Costa






[Tendo em conta o facto de este blogue ser feudalmente meu, creio poder dar-me ao luxo de inserir aqui um pequeno post-scriptum. Inspiração para o poema que haveis lido, ignoro a sua proveniência. Posso porém, sobrescritar e dedicá-lo a alguém. Faço-o agora.]
Para quem primeiro o leu