domingo, 21 de fevereiro de 2010

É isto...

É com alguma surpresa que me encontro aqui, novamente, a escrever umas palavras, tão pouco tempo passado desde a minha última intervenção neste espaço. Desta feita, na língua materna, traiçoeira, segundo dizem, mas libertadora por vezes.

Deixo-vos, pobres almas que, por mero acaso do destino ou simples erro informático aqui parastes, com uma primeira incursão no verso.





Olhar cego


Mordaça cruel,
Verdade nua, crua, infinitamente presente
Em tempo e contratempo, dormente
Rude, estúpida, persistentemente fiel.


Palidez de alma, empedernida,
Incomensurável, desmedida.


Que faz por fazer.
Sente, será que sim?
Mente, certamente, em mim,
Essa idiota maneira de ser.


Vazio oculto, escondido,
Manto clemente, refúgio sofrido.


Doce, esse abraço unicamente teu
Frio, cortante porém.
Igual a nada, devido a ninguém
Foda-se, e eu?


Cacofonia geral que ao lado me passa
Como que despercebida, a mais não almeja...
Incólume, impune fico, faça
O que fizer, tudo ou nada seja



Dor? Dor maior não há
Que a de a não sentir, sabendo-a lá.


Tormenta, pela indiferença
Essa dama de ferro, tortura.
Grilhão, guilhotina, doença
Ausência absoluta de loucura.


Inocência disfarçada
Cobiçada
Por querer, não quer
Isto, aquilo, uma merda qualquer!



Tito Xavier da Costa







Hoje não cito ninguém!

1 comentário: